domingo, 6 de junho de 2010

SE A CRÍTICA NÃO DEU VOCÊ NÃO LEU!


COPA DO MUNDO

TORCIDA ARGENTINA APRONTA NA ÁFRICA
(Jornal OLÉ 06/06)

No vôo SA227, que levava a seleção argentina para a África do Sul, torcedores cantavam. Preocupados com a repercussão que a viagem gerou, dirigentes da AFA pediram que os sete agentes da polícia argentina que estão na África reforcem a segurança do elenco.
Mas a presença no avião da delegação argentina foi só um exemplo das regalias de alguns na África do Sul. Enquanto imprensa e até o ex-goleiro Goycochea foram barrados, alguns hinchas têm privilégios especiais. Dias antes do embarque, a África do Sul estudou junto a autoridades policiais argentinas proibir a entrada de alguns barrabravas. Tentou-se tomar alguma medida, mas legalmente só aqueles que possuíam antecedentes criminais graves foram proibidos de viajar.
“Queremos falar com Bilardo por que se não, tudo pode apodrecer”. Foi a ameaça de um grupo de barra bravas de La Banda de Lomas, ouvido prontamente por dirigentes da AFA. Eles reclamavam dinheiro e entradas para os jogos.
O clima é tenso. Na noite em que foram feitas as exigências, torcedores tiveram problemas com policiais africanos, à paisana e a discussão por pouco não terminou em conflito. A polícia local exigiu junto com a Polícia Federal Argentina um seguimento especial para conter os torcedores.
A cada dia a relação entre dirigentes, comissão técnica e torcida organizada fica mais evidente e preocupante, principalmente a de Maradona com a torcida do Boca Juniors. Desde a viagem, até a entrada de torcedores na concentração da seleção argentina em Pretória.
Testemunhas relataram que parte dos torcedores carregavam nas mochilas bandeiras do Boca Juniors e uma delas, bem grande, em homenagem a Miguel Cedrón, torcedor xeneize que morreu em 2 mil, devido a uma briga interna da La 12, maior torcida organizada do clube da Ribeira.
A expectativa é que mais torcedores cheguem à África nos próximos dias. No domingo, cerca de 300 torcedores da (HUA) Hinchadas Unidas Argentinas devem desembarcar em Angola e seguir para Pretória, onde ficaram hospedados em uma escola a poucos minutos da delegação argentina. Entre eles, Andrés "Pillín" Bracamonte, líder da hinchada de Rosario Central, que está sendo investigado pela polícia. O que não impediu sua ida à Copa.
Outro grupo com mais de 200 integrantes chega no dia seguinte. Marcelo Mallo, ligado ao kirchnerismo, um outro grupo chega no dia 10 de junho e se une ao de Pablo "Bebote" Alvarez, chefe da torcida do Independiente. Aliás, bandeiras de apoio ao ex-presidente e a sua mulher Cristina não são raras.
Apesar da cautela, que pauta as declarações de alguns políticos, o Ministro do Interior Florencio Randazzo considera uma irresponsabilidade responsabilizar o governo pela presença dos “barra bravas” na África do Sul.
Segundo o blog Política en River, apenas a torcida do River Plate não pode se organizar para ir ao Mundial. Em 2006, na Alemanha, um torcedor morreu em confrontos da Los Borrachos Del Tablon, na República Checa. Mesmo que alguns consigam ir por conta própria, não haverá presença em massa de bandeiras da equipe nos estádios africanos.

Resumo da ópera: criou-se o monstro, mantido pelo próprio governo. O que acontecerá quando ele deixar de alimentá-lo?